terça-feira, 3 de agosto de 2010

_Quero vender-lhe uma virgula.
_Uma virgula? _perguntei eu pasmo. E ele completou.
_Sim, uma virgula pra que continue a escrever seus textos, pois um homem sem virgula, é um homem sem historia.
A partir deste momento, meus olhos se abriram. Descobri que sempre usara a teoria dos pontos finas em minha historia e não a teoria das virgulas.
Alguém me frustrará?
Eliminava-o, colocava um ponto final no relacionamento.
Alguém me feria?
Anulava-o.
Enfrentava um obstáculo?
Mudava de tragetória.
Meu projeto estava com problemas?
Substituía-o.
Sofria uma perda?
Virava as costas.
(...)quem elimina todos ao seu redor um dia será implacável consigo mesmo. E esse dia chegará.
Mas felizmente encontrei este enigmático homem e entendo que é possível conviver sem virgulas, com cachorros, com gatos e até com cobras, mas não com humanos.
Frustrações, decepções, traições, injúrias, conflitos fazem parte de nosso cardápio existencial, pelo menos do meu e de quem conheço.
E as virgulas são impressindíveis.

Augusto Cury

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