sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

Amor não é algo que se sente. É algo que se faz!

:: Rosana Braga ::

Não é novidade nenhuma afirmar que um dos problemas mais graves e recorrentes em qualquer relacionamento é o da comunicação(...) . Muitos casais sequer sabem do que é feita a autêntica e eficiente comunicação.

Comunicar-se com a pessoa amada não inclui somente falar, seja sobre o que pensa, sente ou quer, como a maioria acredita. Inclui especialmente e acima de tudo, ouvir. Mas não ouvir somente com os ouvidos, somente as palavras que estão sendo ditas, somente o que é conveniente.
Para que uma conversa realmente termine bem, ou seja, sirva para resolver pendências, amenizar crises e solidificar o amor, seus interlocutores devem ouvir com todo seu ser, incluindo sensibilidade, intuição e a firme decisão de - por mais difícil que seja - compreender o que o outro está pensando, sentindo e querendo!
Mas por que isso parece mesmo tão difícil? Simplesmente porque aprendemos que conversas entre casais que discutem alguma divergência têm de virar briga, onde cada um deve tentar falar mais alto que o outro e provar, a qualquer custo, que está com a razão! Aprendemos, infelizmente, que conversas são como jogos, e servem para mostrar quem é o vencedor e quem é o perdedor! Mas, definitivamente, isso nunca funcionou e nunca vai funcionar!
Simplesmente porque num relacionamento, seja ele de que nível for, não existe um certo e um errado e, sim, dois pontos de vista, dois pedidos, dois sentimentos, duas interpretações, dois universos que, em última instância - e isso posso afirmar com toda certeza do mundo - só querem ser aceitos, amados e felizes!
(...)
Parece mesmo paradoxal essa vontade de viver um grande amor, cheio de alegrias e aquela harmonia de quando estavam completamente apaixonados e, ao mesmo tempo, essa estranha e angustiante fome de discussão, desentendimento e embate pelos motivos mais bobos, pelas razões mais infantis, por questões que, no fundo, na maioria das vezes, não têm nem metade da importância que se dá a elas durante uma briga.
(...)
O que sobra? Cada qual no seu limite, a sensação de que não vale mais a pena. Pronto: este é o começo do fim! Um fim medíocre, sem uma razão que realmente o valha, mas - ao mesmo tempo - com todas as razões que foram - irresponsavelmente e pelos dois - cavadas, acumuladas e amontoadas dia após dia!
Talvez você diga: "eu bem que tento conversar, mas o outro não tem condições"! Ok, mas você tenta quanto? Até o outro dar a primeira resposta torta e grosseira e você pensar: "ah, mas não vou mesmo ficar aqui ouvindo isso", e daí aumenta o tom de voz o máximo que pode para deixar bem claro que você tentou, mas que com ele é impossível? Ou, talvez, simplesmente desiste da conversa e sai, alegando sua superioridade?
Assim, pode estar certo de que não vai funcionar! Se você realmente deseja se entender com quem ama, tente mais! Tente até o fim. Não aumente o tom de voz, fale com calma e repita, quantas vezes forem necessárias, que você deseja compreendê-lo. Para tanto, faça perguntas, peça para que ele explique como está se sentindo, por que reagiu de tal forma, enfim, esmiúce detalhe, interesse-se de verdade pela dor do outro e tenha a certeza de que isso, sim, é amor!
Mais do que declarar o que você sente, mostre! Afinal, pode apostar: Amor não é algo que se sente. É algo que se faz!