segunda-feira, 28 de outubro de 2013

O silêncio as vezes cai bem.

O silêncio é música

 por Sérgio Leandro

Por definição, o Silêncio é a ausência total ou relativa de sons audíveis
Vivemos em um mundo cada vez mais barulhento em todos os sentidos. Somos bombardeados pelos sons urbanos, ruídos indesejáveis, conversas inoportunas, gritos, máquinas, e muitos mais. Inevitáveis sons que não controlamos porque a audição é um sentido incontrolável. Se eu não quiser ver, fecho os olhos. Se não quiser sentir o gosto de alguma coisa, fecho a boca, mas, bloquear totalmente os ouvidos é mais complicado. Haja tampão…
Nestas horas, partimos quase sempre para um plano B bem eficaz; a troca do som externo pouco interessante por um player qualquer acoplado a headphones. Ah! Santo alívio! Nesta hora nos tornamos donos da nossa audição, podemos selecionar o quê ouviremos, o volume desejado, alinhar o nosso momento ao que será ouvido, enfim, nos tornamos independentes do mundo exterior e ficamos senhores de nossa audição, graças à tecnologia.
Porém, há momentos em que não queremos escutar nada, absolutamente nada… Por diversas razões – e aqui me arrisco a duvidar de cada um que lê este texto se já não sentiu esta necessidade – o silêncio torna pura e bela a música para nossos pobres ouvidos. Vira uma completa sinfonia harmoniosa que nos relaxa e acalma como se fosse um mergulho ao nosso próprio interior onde podemos sentir o coração bater, a nossa respiração, o pulsar do sangue em nossas veias, é um momento de encontro com nosso próprio ser. Quem o diga os terapeutas que usam e abusam destas técnicas.
É desconectar, desplugar do mundo real e viajar no vazio, no espaço etéreo do silêncio exterior. Minutos parecem horas, uma fração de tempo ao não escutar nada nos dá tanto ou mais prazer que a melhor música imaginável poderia nos fornecer. E é tão bom não ter ninguém “buzinando” em nossos ouvidos, esquecer aquela voz chata e inevitável de ouvi-la, não ter que escutar um papo bobo, uma reclamação, um ruído… O silêncio é bom e terapêutico.
Discordo de um filósofo que diz: “Há algo de ameaçador num silêncio prolongado”. O silêncio não é assustador, é sábio. É muito melhor não dizer palavras das quais nos arrependeremos mais tarde do que ficarmos em silêncio e aproveitarmos o tempo para pensar melhor no que possivelmente seria dito no calor da hora, da desavença, do descontrole. Saber se calar é uma arte e a boca pune quem tudo diz, e geralmente quem tudo diz não gosta de escutar tudo o que lhe é dito.

Portanto, o silêncio ensina, acrescenta, faz crescer, melhora o raciocínio, acalma o coração e faz pensar. Em sua essência, o silêncio é música pura.

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